MATO E ESGOTO “BROTANDO” NAS RUAS VIRAM ALVO DE QUEIXAS

CIDADE

Nos últimos dias, a reportagem do JPF recebeu reclamações sobre fatos que têm ocasionado dissabores a moradores de diversos setores do perímetro urbano. Esgoto a céu aberto, mato tomando conta de calçadas e falta de manutenção de jardins e praças foram os principais alvos das queixas. Nenhum responsável foi encontrado na Prefeitura para falar a respeito dos casos.

A primeira reclamação encaminhada ao JPF foi a da jornalista Marília Damasceno. Em seu desabafo, a mulher disse estar perplexa com a postura que a atual Administração vem adotando perante a manutenção de vias e locais públicos e afirmou que a área central do perímetro urbano parece estar abandonada. “É inexplicável e triste a Prefeitura deixar a cidade tomada pelo mato. Inexplicável porque já existem os funcionários para fazer isso. É só designar um servidor que já existe. O ‘menino’ que toma conta do jardim do trevo, por exemplo, poderia gerenciar esse setor, já que tem habilidade pra isso. É triste ver a cidade assim, porque as pessoas notam que falta apenas vontade política para uma tarefa tão simples e básica. Percebo que essa falta de vontade política em fazer a manutenção da limpeza urbana depende do carinho que cada prefeito ou secretário tem com o município. A capina não é tarefa dos donos dos imóveis, pois, além de pagarem impostos para trabalhos como esse, não possuem equipamentos próprios para desempenhar tais atividades. Poço Fundo está se equiparando a lugares abandonados, nos quais o desleixo e o relaxo imperam. Se continuarem assim, daqui uns dias, a situação ficará mais complicada do que se imagina”.

Ainda de acordo com a reclamante, outras medidas também deveriam ser tomadas com a finalidade de se preservar os jardins das praças principais do perímetro urbano. “Não é de hoje que venho cobrando a limpeza das praças centrais, especialmente da São Francisco, que é a ‘porta de entrada’ de Poço Fundo. Não está gostoso ver o mato tomando conta do lugar destinado às flores. Elas estão sendo sufocadas pelo descaso e falta de comprometimento dos servidores responsáveis pela limpeza pública. Mais uma vez, volto a repetir. Tem que haver gente competente para desenvolver esse tipo de serviço, e o funcionário que toma conta do jardim do trevo seria uma boa indicação”.

As outras queixas encaminhadas à Redação mudam de aspecto e cenário e se tornam ainda mais preocupantes, uma vez que dizem respeito à Saúde Pública. A primeira delas veio da Rua Ângelo José Scalco, no bairro Mãe Rainha, onde o vazamento de um esgoto tem causado transtornos aos moradores. “Essa situação aqui já passou dos limites. Há dias, essa água fedida e cheia de bactérias tem jorrado ao ar livre, oferecendo risco de contrairmos doenças. Não conseguimos ficar com a casa aberta porque o fedor é insuportável, principalmente em dias quentes. Temos crianças que brincam ali e também podem acabar se contaminando. Ligamos na Prefeitura diversas vezes para tentar solucionar o caso, mas não obtivemos respostas”, ressaltou uma moradora que pediu para não ser identificada.

Já na Rua João Paulino da Costa Neto, no bairro Ortocaldas, um velho problema ainda não foi solucionado: o surgimento de esgoto em plena via, ao lado de um PSF (Programa Saúde da Família). O caso começou a ser registrado há cerca de 150 dias (cinco meses), mas até o momento não recebeu nenhuma ação por parte do Executivo, nem mesmo paliativa. Segundo pessoas que trabalham naquela região, o cheiro provocado pelo detritos que “brotam” no calçamento está insuportável, e a situação se transformou em calamidade pública.

Diante de tantas reclamações, a reportagem do JPF tentou entrar em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, a fim de obter um parecer do secretário de Obras, Wladimir Corrêa, sobre os referidos dissabores. No entanto, até o fechamento desta edição, nenhuma resposta havia sido encaminhada.

* Matéria publicada na edição 461 do JPF, no dia 21 de abril de 2018.